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ANHAIA MELO

23/05/1891 | 18/01/1974

Biografia

Luís Inácio Romeiro de Anhaia Melo (São Paulo, 23 de agosto de 1891 – São Paulo, 16 de janeiro de 1974) foi um arquiteto, professor universitário, prefeito de São Paulo e político brasileiro, além de ter sido um dos pioneiros da indústria têxtil paulista.

Formado em Engenharia e Arquitetura pela Escola Politécnica de São Paulo (1913), foi aluno de Francisco de Paula Ramos de Azevedo, de cuja equipe fez parte depois de formado. Iniciou a atividade docente em 1918, como professor da Escola Politécnica, tornando-se mestre no ano seguinte e professor catedrático em 1926, regendo as disciplinas Composição Arquitetônica, Estética e Urbanismo na formação de engenheiros civis e arquitetos. 

Em 1948 foi um dos fundadores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - USP, onde dedicou-se ao estudo de Urbanismo e ao ensino da teoria da Arquitetura e Urbanismo. Foi também seu primeiro diretor e é considerado o pai do ensino arquitetônico paulistano. 

A criação da FAU-USP trouxe uma proposta curricular diferenciada - elaborada com ampla participação de Anhaia Mello -, voltada à formação de arquitetos-urbanistas, ao contrário da Escola Politécnica que dava ênfase à formação de engenheiros-arquitetos. A formação de arquitetos-urbanistas, na concepção de alguns estudiosos, garantiria a geração de um campo de pesquisa autônomo, com menor dependência das concepções teóricas fincadas nas ciências exatas de leitura do espaço urbano. 

No âmbito acadêmico, além de professor, Luis Ignácio Romeiro de Anhaia Mello exerceu diversas funções administrativas: 

Diretor da Escola Politécnica da USP, 1930[4]

Diretor da Faculdade de Filosofia da USP, 1941[6]

Presidente da Comissão da Cidade Universitária, 1948[7]

Diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, 1948 e de 1959 a 1961[7]

Vice-reitor da USP, 1954[8]

Fundador e diretor do Centro de Pesquisas e Estudos Urbanísticos – CPEU de 1957 a 1960.

Escreveu e publicou diversas obras, dentre elas: 

Problemas de Urbanismo, Base para a Resolução de um Problema Teórico, 1929

A Evolução do Curso de Engenheiros-arquitetos na Escola Politécnica de São Paulo, 1946

O Plano Regional de São Paulo, 1954

Urbanismo Positivo e Urbanismo Negativo: As Modernas Cidades Inglesas, 1955.

Atuação política

Sua atuação na política teve início quando elegeu-se vereador pela cidade de São Paulo, cargo que exerceu de 15 de janeiro de 1920 a 15 de janeiro de 1923.  Membro do Partido Democrata, era politicamente identificado com os vencedores da Revolução de 1930, logo após a instauração do governo provisório do interventor João Alberto Lins de Barros (25 novembro de 1930 – 25 de julho de 1931), foi nomeado prefeito da cidade de São Paulo em 6 de dezembro de 1930, cargo em que permaneceu até 25 de julho de 1931, tendo voltado a ocupa-lo por mais um breve período, de 14 de novembro a 4 de dezembro de 1931. Durante sua primeira gestão foi alvo de manifestação de alunos da Escola Politécnica, devido sua participação em um governo repudiado pela população paulistana. 

Como prefeito teve atuação voltada para questões urbanísticas como a determinação de recuos mínimos entre as edificações, o índice de aproveitamento máximo das áreas dos terrenos, com o objetivo de limitar o adensamento na ocupação do solo urbano e estudos do sistema viário e da canalização de rios. Em resumo, destacou-se por tentar introduzir legislações que permitissem evitar o crescimento desorganizado e clandestino da cidade. Instituiu a Comissão Municipal de Serviços de Utilidade Pública, incumbida da fiscalização das empresas concessionárias dos serviços de telefonia, luz, força e transporte. 

Continuou mantendo atividade política e teórica: influenciado pela prática urbanística americana publicou diversos trabalhos, em geral advogando a elaboração de planos reguladores para as cidades e a necessidade de regulamentação específica para a desapropriação de terrenos urbanos. Em 1941 assumiu a direção das obras da Catedral de São Paulo, na qual foi o responsável pela construção da cúpula e de parte das torres. Em junho do mesmo ano foi nomeado Secretário de Viação de Obras Públicas do Estado, encarregado da implantação de um novo plano rodoviário, cargo do qual pediria exoneração em novembro de 1943 em protesto contra a repressão policial a uma manifestação estudantil contra a ditadura do Governo Vargas no Largo São Francisco.

A questão urbanística

No período compreendido entre as décadas de 1930 e 1970, o Estado é assumido principal agente do planejamento e, neste contexto, a urbanização movida pela industrialização constitui a metrópole conurbada e concentrada – “a metrópole gigante”.

No intervalo de menos de duas décadas entre o final do Estado Novo (1945) e o golpe militar de 1964, mais especificamente na década de 50, foi que as metrópoles e áreas metropolitanas entraram mais enfaticamente no debate urbanístico do Brasil. Foram criadas instituições externas à administração, a maioria delas ligadas à Universidades, que através de estudos e de novas metodologias, colaboram na formação de quadros técnicos. Uma destas instituições é o Centro de Pesquisas e Estudos Urbanísticos (CPEU), criado em 1955 junto à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), por iniciativa de Luiz Ignácio Romeiro de Anhaia.

Anhaia Mello acreditava que um planejamento urbano humanizado poderia resolver definitivamente os problemas da capital paulista, técnica esta que deveria atender aos interesses da vida em sociedade, promovendo o bem estar da coletividade. Entendia que era dever do urbanista adequar a cidade à “escala humana”, seja do ponto de vista técnico, reduzindo as distancias entre moradia, trabalho e recreio, seja através de atitudes humanistas, no desejo de tornar a cidade agradável a todos, ou mesmo num sentido religioso, em que o aspecto humano estava no exercício de compaixão para com o próximo.

A tese que defendia não tratava de negar a metrópole, mas sim de interferir nos processos de concentração demográfica e de concentração industrial, o que a colocava como produto e motor das desigualdades regionais. Estas questões foram apontadas no estudo “Elementos Básicos para o Planejamento Regional de São Paulo, apresentado por Anhaia Mello para a Comissão Orientadora do Plano da cidade de São Paulo, como representante da Universidade de São Paulo, em 1954.

Fonte: Wikipedia

Galeria de Memórias

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