Antonietta Rudge (São Paulo, 13 de junho de 1885 - São Paulo, 13 de julho de 1974) foi uma pianista e professora de piano brasileira.
Iniciou seus estudos musicais com o professor francês Gabriel Giraudon, que a preparou para seu primeiro recital, em 1892, no Salão da Casa Levy. A repercussão dessa apresentação chegou ao conhecimento do professor Luigi Chiaffarelli, que se ofereceu para dar aulas à menina.
Através de Chiaffarelli, Antonietta desenvolveu-se profundamente e entrou em contato com um repertório pianístico bastante avançado. Suas apresentações, nos concertos promovidos pelo mestre, chamaram a atenção do público e da crítica.
Em 1906, Antonietta casou-se com o inglês Charles Miller (1874-1953), conhecido por ser o introdutor do futebol no Brasil. Miller intermediou o início da carreira internacional da pianista, que realizou, em 1907, concertos bem-sucedidos na Alemanha, França e Inglaterra. Alguns anos mais tarde, Antonietta retornaria à Europa para uma nova série de concertos.
Em 1925, Antonietta separou-se de Charles Miller e se uniu ao poeta modernista Menotti del Picchia. A partir de então, passou a se dedicar principalmente às atividades pedagógicas, apresentando-se ocasionalmente como pianista.
Foi uma das fundadoras do Conservatório Musical de Santos, em 1927, onde lecionaria por mais de 40 anos. Entre seus alunos, destacam-se os compositores José Antonio de Almeida Prado (1943-2010) e Gilberto Mendes (1922-2016).
Suas principais gravações foram realizadas nas décadas de 1930 e 1940, em álbuns de 78 rotações e em discos de acetato.
Em 1939, Antonietta Rudge realizou a estreia do Concerto em Formas Brasileiras, de Hekel Tavares (1896-1969), sob a regência do autor e com transmissão nacional pela Rádio Cultura.
Mesmo tocando cada vez menos em público, Antonietta continuava sendo lembrada. Em 1951, o crítico Caldeira Filho lamentava a ausência da artista nos palcos, enfatizando “que seus admiradores esperam a sua volta, pois desejam ouvi-la ainda por muitas vezes. Há aí, para a artista, quase uma obrigação de reaparecer, para não manter oculta a sua arte magnífica, para receber a homenagem do público de São Paulo e para manter bem vivo em todos o espírito de beleza que ela soube despertar”.
Sua última apresentação pública aconteceu em 1964, no Teatro Coliseu, em Santos. Antonietta interpretou, junto a Souza Lima e Guiomar Novaes, obras para três pianos de Mozart e Bach, além da versão para três pianos de Souza Lima para a Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro, de Gottschalk.
Por ocasião de sua morte, Almeida Prado compôs a obra In Paradisum, que, segundo o próprio compositor, retrata a entrada da pianista no paraíso.
Fonte: André Pédico – Instituto Piano Brasileiro
https://www.institutopianobrasileiro.com.br/enciclopledia/Antonietta-Rudge