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CRISTO, POR GALILEU EMENDABILLI - FAMÍLIA DE JOÃO BATISTA RAIA

Escultura em bronze e granito.

Galileo Ugo Emendabili (Ancona, 8 de maio de 1898 - São Paulo, 14 de janeiro de 1974) foi um escultor ítalo-brasileiro responsável pela criação de diversas esculturas funerárias e de célebres monumentos artísticos na cidade de São Paulo, como o Obelisco Mausoléu dos Heróis de 32 (1970), o Monumento a Luiz Pereira Barreto (1929) e o Monumento a Ramos de Azevedo (1934). Nascido e criado nas regiões de Ancona, Urbino e Genova, na Itália, Emendabili se mudou para São Paulo, Brasil com 25 anos de idade e residiu na capital até o fim da vida. 

Ingressou no Curso Superior de Escultura na Real Academia de Belas Artes em 1915 especializando-se em escultura. Com Urbano Polverini, Emendabili abriu seu primeiro atelier artístico no Palazzo Passerini, no Corso Vittorio Emanuele II em 1916.

Em 1918, Emendabili recebeu do Real Instituto de Belas Artes uma bolsa de estudos artísticos para financiar as viagens que ele faria pelo eixo Urbino - Roma. 

Depois de 5 anos estudando na Real Academia de Belas Artes, Emendabili gradua-se com distinção em Escultura no ano de 1919.

Ainda em 1919, Emendabili abre seu segundo atelier italiano na Via Barilari, e em 1920, o escultor abre o seu terceiro atelier na Itália, na Via Stagni, em Ancona.

Sua primeira exposição artística, a Esposizione Regionale D'Arte, foi feita em conjunto com outros artistas, como Urbano Polverini, Filandro Castellani e Vittorio Morelli, e foi aclamada pela crítica italiana de arte. Luigi Serra, da revista Emporium, considerou a exposição como revolucionária.

Em 1921, Emendabili foi escolhido para esculpir a obra Libertà, um monumento em homenagem ao republicano Giuseppe Meloni, jovem emboscado e assassinado por guardas do regime fascista. A escultura foi erigida no cemitério Tavernelle no túmulo de Giuseppe Meloni. O regime de Mussolini tornou-o oficialmente um intelectual de oposição por esta obra.

Em 1923, Galileo Emendabili casa-se com Malvina Manfrini, com quem permaneceu casado até o fim da vida. Galileo e Malvina tiveram dois filho, Plínio e Fiammetta.[2]

Em junho de 1923 Emendabili casa-se com Malvina Manfrini e parte de Genova em um navio com a esposa para Buenos Aires para fugir do governo fascista de Mussolini. Durante a viagem a bordo, Emendabili é avisado pelo comandante de que estão tramando seu assassinato a bordo, por conta de sua oposição ao regime fascista italiano. Por isso, Emendabili decide desembarcar com a esposa no Porto de Santos, em São Paulo, no dia 3 de julho de 1923. De lá, parte para São Paulo, cidade que já sediava grande comunidade italiana. Em São Paulo, Emendabili reside até a morte.

Em São Paulo, começa trabalhando como vendedor de tintas, mas, no mesmo ano, consegue seu primeiro ofício artístico no novo país, como entalhador no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.

Em 1924, Emendabili abre seu primeiro atelier artístico em São Paulo, na Rua das Flores, hoje Praça Clóvis Bevilaqua. É neste estúdio que Emendabili planeja o memorial Sons Celestiais para o túmulo da família Borin Refinetti Rappa, obra consoante com a arquitetura do art-déco que está no Cemitério da Consolação. Constituído por duas figuras femininas com liras e um pranteador no centro, o memorial foi uma de suas primeiras esculturas feitas em São Paulo, e marca o início da trajetória de arte funerária de Emendabili em São Paulo.

A arte funerária de Galileo Emendabili

Galileo Emendabili planejou e construiu diversas esculturas funerárias, tornando-se um dos principais expoentes da arte funerária em São Paulo, com obras em vários cemitérios da capital paulista.

Através de suas esculturas funerárias, Emendabili ganhou destaque no meio artístico paulistano. Por conta da revalorização dos ideais clássicos da arte presente em suas obras, trouxe a São Paulo, que já estava sendo influenciada pela arte moderna, traços da arte italiana clássica. Com isso, Emendabili ganhou destaque e renome entre os artistas mais conservadores.

Emendabili recebeu em 1962 o título honorário de Cidadão Paulistano, em 1972 o título de Cidadão da Cidade de Águas de Lindóia e de Cidadão da Cidade de São Bernardo do Campo. Em 1973, a coletividade italiana Circolo Italiano entrega a Emendabili o prêmio "Presença Italiana no Brasil".

Em 1969 a saúde de Galileo Emendabili começa a piorar: com a retirada do Monumento a Ramos de Azevedo da Av. Tiradentes e com seu consequente abandono, o escultor sofre seu primeiro infarto. Para tentar reverter a situação de desleixo em que sua escultura se encontrava, Emendabili entra em confronto público com o prefeito de São Paulo, Paulo Salim Maluf, que inicia um processo para cassar o atelier de Emendabili. Com boa parte da imprensa a seu lado, o escultor consegue espaço em veículos como a Rádio Bandeirantes para lutar contra a perseguição, juntamente com o advogado Otávio Mamede. Por conta de seu estado débil de saúde, ainda em 1969 Emendabili inicia seus trabalhos de desenho e pintura, uma vez que a escultura se provava uma tarefa extenuante.

Após sucessivos infartos, frutos da pressão em cima de Emendabili para que ele deixasse de se pronunciar sobre o abandono do Monumento a Ramos de Azevedo, o escultor ítalo-brasileiro falece no dia 14 de janeiro de 1974, com 76 anos, oferecendo ao Brasil 51 anos de árduo trabalho no campo da escultura, arquitetura, desenhos, pintura, mosaicos, afrescos e cerâmicas.

Galeria de Memórias

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Localização da Obra

Quadra 25 A – terreno 18
Cemitério da Consolação
Rua da Consolação, 1660. Consolação - São Paulo/SP CEP: 01302-001
Endereço:
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