Imponente conjunto escultórico ricamente decorado em mármore negro, feito em 1921, composto por três níveis, sendo que os dois laterais como jardineiras e o central mais alto, sustentando uma magnífica escultura em bronze de dois corpos esplendidos, esguios, seminus, lançando-se no espaço, no correr da própria vida, tentando almejar a vitória final sobre a morte, esta grande sensação que é a liberdade na precocidade da vida. Aos pés a figura que passa a tocha acesa para o outro, o contato entre os corpos, o “escorregar” do primeiro sobre o segundo. Há cadeias, laços profundos; algo une estas duas figuras, num destino comum, o mesmo modo de caminhar, uma ânsia eterna de alcançarem o ponto de chegada que a figura vislumbra. Seu rosto vai à frente, só enxerga o caminho, enquanto o outro só percebe e se preocupa com a tocha, como quem brotasse do chão, saído das entranhas da terra, simbolizando a poética da morte, que é vivida e vencida ao mesmo tempo. Na parte frontal inferior, uma porta ricamente decorada em bronze dá acesso ao túmulo.
António Castilho de Alcântara Machado d'Oliveira (São Paulo, 25 de maio de 1901 – Rio de Janeiro, 14 de abril de 1935), mais conhecido como António de Alcântara Machado, foi um escritor modernista brasileiro. Segundo o professor e crítico literário João Ribeiro, “um dos maiores nomes da literatura contemporânea, na feição modernista que a caracteriza. Não é um exagero dizer que é um mestre sem embargo da sua florida juventude. É realmente um mestre na sua arte de observar e dizer”.
José de Alcântara Machado de Oliveira (Piracicaba, 19 de outubro de 1875 — São Paulo, 1 de abril de 1941) foi um jurista, escritor, professor e político brasileiro. Filho de Brasílio Augusto Machado de Oliveira, jurista, lente catedrático da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, São Paulo, e membro da Academia Paulista de Letras a quem se sucedeu na cadeira, e de Maria Leopoldina de Sousa. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), foi eleito em 23 de abril de 1931 e empossado no dia 4 de outubro de 1933. No seu discurso de posse, proferiu a frase que se tornou marcante: "Paulista sou, há quatrocentos anos". Foi vereador da Câmara Municipal de São Paulo de 1911 a 1916, deputado estadual de 1915 a 1924, senador estadual de 1924 a 1930 e senador da República de 1935 a 1937.
Luigi Brizzolara (Chiavari, 11 de junho de 1868 — Gênova, 11 de abril de 1937) foi um escultor italiano. Seus pais eram António e Giuseppina Della Cella.
Começou muito jovem na arte da escultura e se matriculou na Academia Linguística de Belas Artes, em Gênova. Foi o aluno do escultor G. Scanzi, em cujo atelier produziu a estátua representando Ismael Moribundo, premiada com uma medalha de prata na mostra colombiana de Gênova de 1892.
Pouco depois, foi o vencedor do concurso para a tumba de G.B. Castagnola, no Cemitério Monumental de Staglieno, para a qual produziu um alto-relevo intitulado Visão de Cristo.
Produziu vários monumentos fúnebres como o túmulo Risso-Zerega, no cemitério de Staglieno, o altar para a capela votiva comemorativa ao término da I Guerra Mundial, no cemitério de Gênova, Sampierdarena, e o monumento a Emanuel Gonzales, no cemitério de Chiavari.
Junto com o arquiteto G. Morelli Brizzolara venceu o concurso promovido pela República Argentina, em março de 1907, para um monumento a ser erigido em Buenos Aires, em comemoração ao Centenário da Independência (25 de maio de 1910), porém o conjunto jamais foi executado.
Em São Paulo, Brizzolara realizou o mausoléu da família Matarazzo, o brasão de armas de Ermelino Matarazzo, e estátuas para particulares e diversos monumentos fúnebres como por exemplo, para a família Machado. No Museu Paulista há duas estátuas de Brizzolara, as de Antônio Raposo Tavares e de Fernão Dias. Em frente ao parque Trianon há uma estátua do bandeirante Anhanguera. Sobre a escadaria que une o Anhangabaú ao Teatro Municipal há um monumento a Carlos Gomes, composto por um conjunto de estátuas.
Foi nomeado acadêmico de Brera, honoris causae.
Título da obra: "Os Vencedores"
Autor: Luigi Brizzolara (Chiavari, Itália 1868-Gênova 1937)
LOCAL: Cemitério da Consolação, São Paulo, Brasil - Rua 7, terreno 9 e 10
Fotos: Artexplore, flickriver.com, beatrix.pro.br